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Elas, aos 40 anos: modelos com corpos reais e empoderadas!

Por Thais Emilia, Kelly Oliveira e Janaína Sacco

Ensaio fotográfico de Lingerie e resgate da autoestima

No final de janeiro, eu e minhas amigas Kelly e Janaina decidimos fazer um ensaio fotográfico de lingeries. É claro que não foi uma decisão do nada.

Janaina tem um site de vendas de lingerie Massimo, link: www.massimodaintima.com.br )  

Nós como mulheres, quando vemos catálogos de lingerie sentimos as fotos de divulgação das lingeries muito engessadas, mulheres com corpos que não nos representam.

Assim, pensamos: vamos fazer fotos de divulgação das peças com nossas corpas, que são reais e representam mais as demandas das clientes de Janaina, proprietária da Massimo Lingerie.

Nós três, com mais de quarenta anos, corpos que já engordaram, emagreceram, incharam, que gestaram, que passaram por cirurgias, que tem marcas, que tem seios não tão mais firmes.

Aceitamos o desafio que colocamos a nós mesmas, e, foi maravilhoso!

Sabemos que estamos sendo e seremos ainda muito julgadas ou “faladas’ por tais fotos: padrões de comportamentos impostos a mulheres são bem limitantes, mas nós três nunca aceitamos esses padrões, por isso sermos tão polêmicas.

Relato Thais

Sou mãe. E percebo o quanto fazer ensaios fotográficos sensuais e até mesmo ser dançarina de Pole Dance , Chair Dance e Lap Dance @thaisbetoperformance incomoda algumas pessoas, principalmente pelo fato de ser mãe. Mas, não incomoda meus filhos nem meu marido, pelo contrário, eles me apoiam. Incomoda quem eu nem conheço!!!

Então, de imediato não foi problema familiar fazer as fotos,

Foi sensacional!

Num domingo à tarde fomos ao Studio Fotográfico @elisabetepacificofotografias, ela nos recebeu muito bem, nos deixou a vontade e mostrou fotos que pesquisou para que a gente reproduzisse.

Eu não gosto de trocar de roupa na frente de ninguém, mas lá consegui trocar e foi tudo muito tranquilo. Foi legal nós vermos os corpos uma das outras, escolher as lingeries, nos maquiarmos, foi tanta sororidade.

Uma dar ideia para outra das poses e ângulos, cores e fundo, para que ficássemos mais lindas.

Fizemos fotos P,M e G, afinal eu sou P, Jan M e Kelly G. Com os mesmos modelos , e vimos o quanto elas vestem bem.

O mais incrível, foi um modelo de peça de sutiãs sem bojo, eu e Jana , por termos pouco peito quando vimos a lingerie achamos que ficaria péssima, mas ao contrario ficou lindas. Então, começamos a conversar e pensar nos padrões estipulados para os corpos femininos de peitos grandes e firmes, que hoje quase não há mais pelas sem bojo.

Rompemos com esses padrões e foi uma das fotos mais bonitas.

Para mim foi uma experiência única, e percebi que eu sempre fui a “magrela” sofri bullying toda infância e adolescência por ser muito magra, e na vida adulta muitos comentários de outras mulheres que eu era seca, magrela que não sabiam o que os “homens” viam em mim. Mais incrível que quando engordei na fase de luto, quando meu filho morreu, essas mesmas mulheres falavam “será que um dia você vai voltar a ter aquele corpinho que tinha?” , vai entender né!

Mas, amei a minha bunda, de verdade, após os 40 e acho que estou na minha melhor fase.

Relato Kelly

Sobre modelar lingerie

Participar de um projeto tão empoderador me encheu de animação e me deu um outro olhar para meu próprio corpo, um outro olhar para a publicidade e para o poder da mídia. Cresci numa época em que ser bonita era ser alta, magra, loira de “traços finos” e embora tenha sido uma adolescente magra era considerada magra demais, mas durante anos nós não nos damos conta de como esses padrões matam a nossa autoestima e em como essa ditadura da beleza transformou uma geração inteira de mulheres em mulheres insatisfeitas com a autoimagem. Só percebi esse poder externo agindo sobre mim depois de amadurecida, depois de ter problemas com autoimagem e com transtornos alimentares.

Hoje, passados os 40 anos e os 80 quilos eu não posso dizer que amo meu corpo como ele é e nem que aceito minhas imperfeições.

O que percebo hoje é que essas impressões sobre mim mesma me foram infligidas e que essa ideia construída de estética é uma construção social que mutila e mata a autoestima das pessoas. Essas imperfeições do meu corpo só existem a partir de imposição social. Consigo me enxergar além da necessidade de perfeição, consigo me ver além de dobras e curvas. Consigo me entender como ser que não precisa de aceitação sobrei já imagem.

Meu maior medo era que a exposição desse ar sexualizado ou erotizado aos nossos corpos. Mas também isso foi motivo de reflexão, pois modelar lingerie em corpos reais deveria não ser motivo de preocupação, já que se trata de roupas e de um projeto para normalizar corpos reais.

Essa experiência me trouxe muito crescimento. Foi maravilhoso estar entre mulheres tão diferentes fisicamente e com tanta empatia com os corpos alheios, foi sensacional. Eu não tenho problemas em tirar a roupa na frente de outras mulheres, então não foi difícil. A fotógrafa que também faz parte do projeto foi muito amável, soube nos orientar com paciência, já que somos inexperientes em modelar. Tirar fotos pra publicidade é difícil e estar entre amigas tornou tudo mais fácil e gostoso.

Outro ponto relevante foi o conforto das lingeries. Três corpos diferentes vestindo o mesmo modelo mostrou que a marca realmente veste a diversidade. O modelo de sutiã sem bojo foi a novidade que surpreendeu. Por eu ter bastante seio e ser maior, não achei que seria bom na sustentação, mas essa foi a maior surpresa. Não só sustentou como confortou. O fato de não ter bojo ajuda em um lugar tão quente quanto aqui onde vivemos e ainda tem o benefício de ser bonito. Adorei.

Romper estereótipos é bom, ainda mais entre amigas.

Relato Janaina

Há um ano mais ou menos comecei a trabalhar com venda de lingerie e criei um site para conseguir atender um público maior, mas fui percebendo a insegurança das pessoas para comprar por não saberem se as peças vestiriam bem, se dariam certo em seus corpos, entre outras dúvidas, pois as fotos que vemos são sempre de modelos com corpos sem barriguinha, pneuzinho, em que tudo acaba ficando perfeito, sem falar no photoshop.

Foi aí, que após relutar muito comigo mesma sobre a ideia de tirar fotos vestindo as lingeries, que criei coragem e resolvi conversar com uma amiga a fotógrafa Elizabete Pacífico, que não só adorou a ideia, mas quis também fazer parte desse projeto.

Conversei então com minhas amigas e irmãs de vida Thais e Kelly, fiz o convite para uma tarde empoderadora com fotos e lingeries……rsrsrs, e elas toparam na hora. Combinamos que as fotos não teriam photoshop nos nossos pneuzinhos, barrigas, pois a ideia era mostrar a lingerie vestindo mulheres de “verdade”.

A experiência foi incrível, olhar nossas imperfeições, enxergar a beleza além da estética foi sensacional. Sororidade é a palavra-chave. Conhecemos nossas imperfeições, estávamos uma olhando a outra, mas a todo momento focamos nas nossas qualidades e foi libertador. Usamos os mesmos modelos de lingerie para mostrar que veste bem em todas as silhuetas, do P ao GG.

Minha intenção com esse ensaio fotográfico foi mostrar para todas as mulheres que não devemos nos prender aos padrões impostos do que podemos ou não usar. De que quem tem pouco seio só pode usar sutiã com bojo, quem tem barriguinha não pode usar calcinha mais fina. E confesso que recebi muitos elogios, principalmente pela coragem da exposição nas redes sociais, principalmente por ser uma mulher de 44 anos, com filho adolescente…etc., etc. Para mim o que importa é que eu me senti incrível, uma mulher que se permite ser, viver, sem se preocupar com a opinião alheia.

Podem ter certeza de que faremos outras sessões, várias mulheres, amigas, conhecidas me disseram que gostariam de fazer parte do próximo ensaio. Fiquei superfeliz com isso.

A lingerie é primeira roupa que vestimos, para muitos pode parecer besteira, mas, se olhar no espelho com uma lingerie que favorece nossa silhueta, aumenta nossa estima, coloca um sorriso no rosto logo pela manhã e isso pra mim é empoderador demais.

Conheça a Massimo Lingerie: www.massimodaintima.com.br

Veja o vídeo :

https://vm.tiktok.com/ZMNL6S5M7/?k=1

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