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Artigos

Ser mãe de autista e profissional da área

25 anos atuando na Educação Inclusiva e na área do autismo. Porém, não sou apenas profissional da área, mas também sou mãe de autista.

Já atuava há mais de 10 anos com crianças autistas, fiquei grávida quando iniciava disciplinas da pós-graduação no Instituto de Psicologia da USP justamente sobre minorias e estudos sobre preconceito.

Nasceu Alexandre, deixei a Secretaria de Educação e a USP para cuidar dele que nasceu com algumas questões de saúde que precisaram de cuidados intensivos até os 3 anos. Ser mãe e acadêmica, profissional, nos força a fazer escolhas.

Escolhi meu filho.

Percebia que tinha algo além nos primeiros contatos e interações quando bebês. Pensava : será que é surdez, autismo…

Ser mãe de autista não deve ser visto como algo lindo ou romântico. É algo muito complexo, como eu sempre digo: “ser mãe de autista me faz sentir a pessoa mais amada e mais odiada no mesmo dia”.

Quem cuida precisa se cuidar!!!

Sei o quanto é importante que eu esteja bem para que possa ser mãe e dar conta da função materna, principalmente de ser mãe de autista.

Como mãe, passamos por sentimentos conflitantes, estresse, dificuldades financeiras para custear tantos cuidados que demandam nossas crianças e adolescentes autistas.

Mas, sei que eles, autistas, passam por muito mais estresse que nós: a hipersensibilidade já é grande fator de cansaço.

Assim, mamães: CUIDEM-SE PARA PODER CUIDAR, principalmente permita-se descansar e receber apoio de outras pessoas (quando tiver, porque na prática, ninguém ou quase ninguém está realmente disposto ajudar uma mãe de autista a recarregar as pilhas).

Aprendi nesses anos a me cuidar, a respeitar meus sentimentos, não me sentir culpada e a exigir menos de mim.

Ser mãe de autista é propiciar uma educação que desenvolva a autonomia. Vejo meu filho na adolescência, tendo tantas conquistas, desenvolvendo independência, indo e vindo.

Busco incentivá-lo mostrando para ele os adultos autistas: estudam, trabalham, tem suas casas, suas empresas, tem filhos, são professores, advogados, cientistas, têm seus relacionamentos afetivos e rompem com os antigos estigmas do autismo de uma sociedade que os incapacitavam.

O tema da campanha esse ano do dia da consciência autista mostrou muito bem isso: #autistaemtodolugar

Aqui, deixo o link de uma palestra que participei em 2021 numa Faculdade de Medicina da Bahia sobre TEA e a Pandemia. Essa palestra foi bem diferenciada porque participamos eu e Alexandre, meu filho, juntos. Eu, falando enquanto mãe de autista e os entraves na pandemia, e, Alexandre enquanto criança autista.

Foi um momento mágico!!!

Live na Faculdade de Medicina da Bahia

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